sábado, 25 de agosto de 2012

BARÃO DA CASA BRANCA

biografia

TENENTE-CORONEL VICENTE FERREIRA DE SILLOS PEREIRA, BARÃO DA CASA BRANCA por decreto imperial de 07 de maio de 1887, filho de Domingos Antônio de Sillos Pereira e de sua mulher Francisca Luísa de Mello, era comerciante em Casa Branca.
Foi batizado em Campanha, MG, no dia 31 de janeiro de 1812, mas, conforme seu testamento, era natural de São João del Rei, onde deve ter nascido cerca de 1809. Faleceu em Casa Branca, em 08 de maio de 1887, com 78 anos de idade.
Teve muitos descendentes de ANTONIA MARIA DE OLIVEIRA, bem como da segunda mulher MARIANA UMBELINA DE PÁDUA LIMA, BARONESA DE CASA BRANCA.
O Imperador D. Pedro II foi hospedado pelo Coronel Vicente Ferreira de Sillos Pereira, nas ocasiões em que esteve em Casa Branca: uma em 1878, inaugurando a Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, e outra em 1886.
Vicente Ferreira de Sillos Pereira figura como juiz de paz, na ata das eleições para deputados, datada de 30 de janeiro de 1861, registrada no livro no. 5 de escrituras de Casa Branca.
No "Almanak da Província de São Paulo para 1873", verifica-se que foi primeiro suplente do juiz municipal e de órfãos, bem como Chefe do Estado Maior da Guarda Nacional na cidade de Casa Branca.
Vicente Ferreira de Sillos Pereira era solteiro em outubro de 1832, conforme se verifica no batismo de sua sobrinha Ana Carlota de Freitas, da qual foi padrinho.
Segundo a tradição da família, Antonia Maria de Oliveira teria sido raptada em Sorocaba, para casar com Vicente Ferreira de Sillos Pereira, numa ocasião em que por lá esteve, levando tropas. Do recenseamento de Casa Branca, realizado em 1850, consta que Antonia Maria de Oliveira era natural da Província de São Paulo.
No inventário de Antonia Maria de Oliveira, processado em Casa Branca, verifica-se que ela faleceu em 03 de fevereiro de 1865. O assentamento do seu óbito foi feito no mesmo dia, constando que tinha 55 anos de idade.
A segunda mulher, Mariana Umbelina de Pádua Lima, Baronesa de Casa Branca, faleceu em 23 de março de 1919, e era filha de José Antônio de Pádua e de sua mulher Maria Constança de Jesus, sendo neta paterna de Rafael Antônio de Lima e Mariana Cândida de Oliveira e neta materna de João Caetano de Lima e Cecília Rosa de Jesus, estes últimos, pais do Barão de Mogi-Guaçu.


Barão da Casa Branca
Barão da Casa Branca
(FONTE: BORGES, Marco Antonio. Arquivo Particular)
Barões da Casa Branca
(FONTE: SANTOS, Maria Guiomar de Silos. Arquivo Particular)


Decreto Imperial de Concessão do Título Nobiliárquico de Barão da Casa Branca
 

(FONTE: ISOLDI, Maria Celina Exner Godoy e ISOLDI, Carlos Alberto da Silveira. "A Família Mello de São José do Rio Pardo e Região" in Revista da ASBRAP No. 2. São Paulo: ASBRAP, 1995, pp. 267-331).


Acréscimos pessoais: Mariana Umbelina de Pádua Lima era natural de Nepomuceno, MG, onde foi batizada no dia 23 de dezembro de 1846.
O Barão de Casa Branca está sepultado na Igreja Matriz de Casa Branca, no mesmo jazigo onde fora enterrado seu genro José Caetano de Lima, o Barão de Mogi-Guaçu.
Interessante ressaltar, que Vicente Ferreira de Silos Pereira, faleceu um dia após o decreto que concedeu-lhe o título nobiliárquico de Barão da Casa Branca. Infelizmente, morreu, antes mesmo de saber, que tinha sido agraciado com tal honraria.

DIFERENTES GRAFIAS DO SOBRENOME SILLOS

Nosso sobrenome, em documentos mais antigos, aparece assinado SILLOS. Alguns descendentes do coronel Honório Ferreira de Silos Pereira - passaram a adotar a letra "Y" ao invés de "I", grafando SYLLOS ou SYLOS.
Conforme informação do senhor Daniel de Sylos, a forma do apelido grafada com a letra "Y" foi sugerida "pelo sábio Sylvio Romero, no final do século passado, a seu discípulo José Leão de Sylos", filho do coronel Honório Ferreira de Silos Pereira, "que adotou a nova grafia, assim como seus irmãos."

(FONTE: ISOLDI, Maria Celina Exner Godoy e ISOLDI, Carlos Alberto da Silveira. "A Família Mello de São José do Rio Pardo e Região" in Revista da ASBRAP No. 2. São Paulo: ASBRAP, 1995, pp. 267-331).

Acréscimos pessoais: Se considerarmos que o apelido SILLOS é de origem religiosa, e proveniente de uma antiga devoção ao santo espanhol S. DOMINGOS DE SILOS, concluímos que a grafia correta seja SILOS.

ORIGEM DO SOBRENOME

SILOS - Sobrenome de origem religiosa, tirado de S. Domingos "de Silos", festejado a 20 de dezembro (Anuário Genealógico Latino, V, 64). Antiga família estabelecida no Estado de São Paulo [Silva Leme, IX, 103].

(FONTE: BUENO, Antonio Henrique e BARATA, Carlos de Almeida. Dicionário das Famílias Brasileiras. São Paulo: Litografia Tucano Ltda, 1999).

No Mundo inteiro, existem apenas mais três famílias cuja grafia do sobrenome assemelha-se ao nosso. Todas elas têm como país de origem a Espanha - reforçando, assim, a hipótese de que este apelido (ou suas variações) tenha surgido através de uma longínqua devoção (por parte de um antepassado remoto) ao santo espanhol Domingos de Silos. São elas:

OS SILOS DE REINOSA (SANTANDER, ESPANHA) 
Família espanhola, de origem francesa. A casa solar dos Silos radicou-se nas montanhas, junto à vila de Reinosa, Santander. Foi berço de muitos varões eminentes, entre os quais distinguiu-se dom Rodrigo de Silos, cavaleiro de grande importância e valor, que se destacou em muitas batalhas contra os mouros.

ARMAS - Escudo partido: primeiro em verde, uma torre de prata posta em rochas de mesmo metal; segundo em ouro, um freixo de verde e dois lebréus amarrados ao seu tronco.





OS SILLOS DA ESPANHA

Muitas linhagens com este sobrenome provaram sua nobreza nas Ordens de Santiago, Calatrava, Alcántara e Montesa - corporações criadas para lutar contra os mouros e que cooperavam na Reconquista, assegurando a ordem e protegendo os peregrinos.

ARMAS - Um escudo em campo vermelho, com uma cruz florenciada de ouro.




OS SYLOS DE BITONTO (ITÁLIA) 

Sobrenome de uma família italiana, de origem espanhola, que se estabeleceu em Bitonto (Itália) no ano de 1551. Seus três solares (mansões familiares): Palazzo Sylos Calò, Sylos Vulpano e Sylos Sersale - ainda fazem parte da arquitetura local.


 ARMAS - Dividido em faixas: a primeira de prata com uma cruz de vermelho; a segunda de ouro; a terceira de azul com três conchas de ouro.



OBSERVAÇÃO: Alguns judeus sefarditas (popularmente conhecidos como judeus espanhóis) também adotaram o sobrenome SILOS.

FAMÍLIA SILLOS NO BRASIL

Esta família começa no Brasil com o português DOMINGOS ANTÔNIO DE SILLOS PEREIRA, nascido cerca de 1783 em Lisboa e falecido em 19 de setembro de 1863 em Caldas, MG, e que foi casado com a mineira FRANCISCA LUÍSA DE MELLO, batizada no dia 6 de dezembro de 1784 na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em São João del Rei, e falecida em 13 de setembro de 1862, também em Caldas, e que foi filha do capitão ALEXANDRE LUÍS DE MELLO e de sua mulher ANA MARIANA DE JESUS PINHEIRO, estes, por sua vez, casaram-se em 16 de fevereiro de 1784, sendo ele natural da freguesia de São Veríssimo de Lagares, Concelho de Felgueiras, Distrito do Porto, PT, filho de ANTONIO LUÍS DE MELLO e de sua mulher LIBERATA MARIA; e ela, natural de São João del Rei, filha do alferes ANTÔNIO JOSÉ SIMÕES DIAS (português, natural da freguesia de Santo Estevão de Cantelães, Concelho de Vieira do Minho, Distrito de Braga, filho de JOSÉ SIMÕES e de DOMINGAS DIAS) e de sua mulher NARCISA TIMÓTEA DA ANUNCIAÇÃO (de Sabará, MG,  filha de ANTÔNIO MIGUEL PINHEIRO e de sua mulher MANUELA MARIA DA CONCEIÇÃO PIMENTEL).

Acréscimos Inéditos:

Em 15 de fevereiro de 2003, o amigo e pesquisador Washington Marcondes Ferreira, em visita ao Arquivo da Cúria de Mariana, MG, consultou o processo de Inquirição de Génere (documentação exigida àqueles que desejavam serem padres) de Agostinho Vidal Pinheiro, irmão de Narcisa Timótea da Anunciação (bisavó de Vicente Ferreira de Sillos Pereira). Este processo, datado de 1779, e que está localizado no Armário 01, pasta 0014, contém informações valiosíssimas sobre o casal ANTÔNIO MIGUEL PINHEIRO e MANUELA MARIA DA CONCEIÇÃO PIMENTEL, trisavós do Barão da Casa Branca, cujos dados extraídos transcrevo logo abaixo:

Casamento de Antônio Miguel Pinheiro com Manuela Maria da Conceição Pimentel

ANTÔNIO MIGUEL PINHEIRO, natural da freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Irajá, RJ, filho de SEBASTIÃO FERREIRA DA CRUZ e de ÚRSULA PINHEIRO, casou-se em três de fevereiro de 1742 em Sabará, MG, com MANUELA MARIA VIEIRA PIMENTEL, também de Sabará, filha de JOÃO RODRIGUES PIMENTEL e MARIA VIEIRA, esta, "preta forra".

Batismo de Manuela Maria da Conceição Pimentel

Manuela, batizada em 10 de janeiro de 1728, filha de Maria Vieira, "preta forra" deste Arraial da Roça Grande (antigo nome de Sabará) e de Pai incógnito. Padrinhos: José Vieira da Costa e Germana de Crasto. E declarou a dita Maria que houvera a filha de João Rodrigues Pimentel.

Informações sobre Maria Vieira da Costa, mãe de Manuela Maria da Conceição Pimentel

Conforme o processo de Inquirição de Génere do seu bisneto Agostinho Vidal Pinheiro, consta que era "negra mina", natural da Guiné, batizada na Sé do Rio de Janeiro. Podemos constatar, também, que não fora casada com João Rodrigues Pimentel, a quem ela atribuía a paternidade de sua filha Manuela.

Informações sobre Úrsula Pinheiro, mãe de Antônio Miguel Pinheiro

Sabemos que foi inventariada em São João del Rei em 1759, tendo falecido em 13 de maio do mesmo ano. Em seu inventário, transcrito por Fernando Antônio da Conceição, e que está arquivado na caixa 196 do Museu Regional de São João del Rei, consta em testamento anexo, a informação de que nunca foi casada, tendo nascido no Irajá, RJ, filha natural de PEDRO PINHEIRO e de MADALENA DE PAREDES, esta última, cativa de um senhor preso e penitenciado pelo Santo Ofício, por nome Antônio Pedro Correia, acusado de ser judeu.

Dos filhos de DOMINGOS e FRANCISCA, destacamos VICENTE FERREIRA DE SILLOS PEREIRA, Tenente-Coronel da Guarda Nacional, e, nos últimos dias de sua vida,
BARÃO DA CASA BRANCA por decreto imperial de 07 de maio de 1887, e que ficou conhecido pela vasta prole que deixou de seus dois casamentos: o 1.º com ANTONIA MARIA DE OLIVEIRA, e o 2.º com MARIANA UMBELINA DE PÁDUA LIMA. Dele, descendem praticamente todos os Sillos, Silos, Sylos e Syllos do Brasil.

 

(FONTE: SILLOS, Luiz Gustavo de. Pesquisa Pessoal. São Paulo: Arquivo Particular, 2001-2012).